menina, eu catava conchinhas na beira da praia e delas fazia cirandas pros dias ensolarados quando as nuvens esqueciam de vir e o céu de tão azul parecia caber nos meus sonhos ainda vicejantes.
domingo, abril 8
amanhecia amor que o sol outrora soubera e no céu de brancas nuvens eu era a mulher que um dia seria
segunda-feira, março 19
descobri no adeus céus destelhados e neles colori ramalhetes de estrelas
quarta-feira, janeiro 31
estive nua e você não viu escolheu não saber que eu joguei ao acaso todos os erros, os acertos, as mentiras até mesmo a esperança pra ser teu o meu amor sem importar-me com o tempo no teu rosto escrito em marcas porque no meu ainda era breve como se soubesse desse amanhã agora estrangulado em minhas mãos aprendizes de outros caminhos menos sós, sem você.
sexta-feira, janeiro 12
exponho o nervo
a fibra muscular
a quietude dos ossos -
falta pouco para ficar nua
e rumar outros caminhos
distantes e calorosos, todos
por onde não encontrarei
teus demônios insones e cegos:
só os meus
só os meus
terça-feira, janeiro 2
estranhos era o que parecíamos com piadinhas imbecis temperando relatos dum cotidiano impregnado de nós dois.
estranhos foi o que fizemos conosco ilustrados por cores frias sobrevivendo a mais um ano sem nada de novo.